"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino." Paulo Freire
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Mais um pouco de história...

O Município ao qual pertenço chama-se Porto Alegre.

Pois bem, em Porto Alegre, a partir da década de 30, cresciam os estabelecimentos industriais na Zona Norte da cidade. Paralelamente, aumentava, de maneira desordenada, o número de sub-moradias habitadas, em sua maioria, por operários da indústria, que viviam em precárias condições.

Coube à Delegacia Regional do IAPI, sediada em Porto Alegre, a tarefa de implantar, nesta região, um conjunto habitacional que beneficiasse esta população. O local escolhido foi o já criado bairro Passo D’Areia,que faz limite com mais três bairros da Zona Norte de Porto Alegre. Foi delimitado e oficializado pela lei municipal nº 2022 de 07/12/1959.

Até a década de 1940, a população do bairro era escassa, e havia poucas casas ao longo da antiga Estrada do Passo d’Areia . No início do século XX, o desenvolvimento em ritmo lento era uma característica comum dos arrabaldes mais distantes do centro da cidade, sobretudo em função dos transportes, que eram puxados por tração animal. A implantação do transporte coletivo no final do século XIX, cujo terminal era junto à Igreja São João, motivou a ocupação da região. Mas, foi a partir de 1941 que o povoamento do bairro tornou-se mais efetivo: alguns autores destacam a enchente ocorrida naquele ano, como elemento motivador da ocupação das áreas livres das cheias dos arroios que percorrem Porto Alegre. A construção da Vila dos Industriários – IAPI – com início das obras em 1946, sem dúvida mudou a configuração do bairro, no que diz respeito à urbanização.

A área era dividida em chácaras e os proprietários alugavam lotes para pequenos criadores e agricultores.

Esta área, na época era uma colônia e pertencia a uma só família.


A construção da Vila foi, portanto, um empreendimento no qual houve uma preocupação com a qualidade das moradias, o que acarretou um aumento significativo dos custos (...). À medida que novas moradias foram sendo edificadas, aumentava a opulação da vila. Este aumento, aliado à precariedade dos serviços essenciais, levou à busca de medidas que solucionassem parte dos problemas existentes. Essa evolução se deu lentamente, devido a falta de organização dos moradores nas suas reivindicações, aliada aos interesses de políticos do período, que visitavam a Vila somente em época de eleições.

Com o decorrer dos anos, o IAPI deixou de ser uma Vila para transformar-se, extra-oficialmente, em um novo bairro. Esta mudança troxe consigo problemas gerados por novas necessidades que só poderiam ser atendidos pelos órgãos competentes, mediante reivindicações feitas por uma comunidadeorganizada. Assim, na década de 80, foi criado o Centro Comunitário da Vila do IAPI.

Na época, já existia a Associação dos Moradores da Vila IAPI (1951)- AMOVI- criada inicialmente com o intuito de representar os moradores da Vila, no entanto, com o tempo, acabou se tornando mais um clube, uma entidade social e esportiva e o Centro Comunitário uma entidade reivindicatória.

Atualmente existe um movimento para que a Vila seja tombada como patrimônio histórico e cultural da cidade. Entretanto, devido a descaracterização sofrida no decorrer dos últimos anos, talvez, haja apenas uma ou duas ruas que possam ser tombadas na sua totalidade.

Fonte: Memória dos Bairros. SMC - 1991. Texto de Marion K. Nunes e

http://www.seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/viewFile/9223/5308


2 comentários:

FILIPE MATIAS disse...

Oi colega Elleoni.
As tuas postagens sao excelentes

Unknown disse...

https://www.facebook.com/events/125413017665242/

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